O Pinpoint faz parte do ecossistema Journalist Studio, uma suíte de aplicações da Google News Initiative (GNI) projetada para apoiar a atividade de jornalistas em todo o mundo. O objetivo, segundo a companhia, é otimizar a rotina das redações e valorizar o tempo dos profissionais de imprensa, já que a pesquisa vasculha grandes volumes de conteúdo em pouquíssimo tempo.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) anunciou que publicará duas grandes coletâneas de documentos de interesse público na plataforma todos os meses para incentivar o uso da plataforma pelos profissionais. A decisão teria sido formalizada em parceria com a GNI e divulgada na 16ª edição do Congresso da Abraji, na semana passada.
Hoje, o Pinpoint já oferece bases de dados disponibilizadas por redações de veículos jornalísticos dos Estados Unidos, como o The Washington Post e Big Local News. Qualquer jornalista por construir suas próprias coleções de documentos, fotos e arquivos diversos: eventos, fatos, nomes de fontes, instituições e locais registrados são identificados pela IA da plataforma e organizados de forma inteligente graças ao aprendizado de máquina da plataforma.
Uso da IA e aprendizagem de máquina juntos
Conforme o Google, esses dois conceitos, quando trabalhados de forma conjunta, geram respostas mais eficazes para as buscas feitas na plataforma, com maior índice de acerto. A tecnologia faz uma espécie de triagem automática após a sincronização de conteúdos e marca as referências conforme os termos buscados, inclusive em áudios ou folhas de papel escritas à mão — algo bem comum no cotidiano do jornalista, diga-se de passagem.

Em vez de vasculhar um a um os arquivos ou usar o velho mecanismo de busca por palavras-chave, o sistema vale-se do algoritmo inteligente da pesquisa do Google e das informações vinculadas a ele para entregar com mais precisão o que se procura. A gigante afirma que o sistema consegue transformar PDFs digitalizados em texto, ler imagens, indexar e-mails e outros formatos de arquivos diretos do Google Drive.
Além do português, a análise dos materiais pode ser feita em outras línguas, como o inglês, o espanhol, o francês, o italiano e o polonês. Para começar a usar, é só fazer o login com a sua conta Google e subir arquivos para a nuvem.
Conforme a empresa, o Pinpoint já foi usado em texto investigativos, como o relatório do USA Today sobre 40.600 mortes relacionadas ao COVID-19 em lares de idosos, o Reveal’s Look sobre o "desastre de teste" do COVID-19 nos centros de detenção da Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), bem como um artigo do Washington Post sobre a crise de opioides.